Pietro Fittipaldi continua esperando pela sua oportunidade na equipe Haas

Neto do bicampeão mundial de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, e irmão mais velho do piloto da Fórmula 2, Enzo Fittipaldi, Pietro ainda sonha com a sua oportunidade na principal categoria do automobilismo. Aos 26 anos, o brasileiro é o atual piloto de testes e reserva da equipe Haas F1, e também costuma competir em outras categorias.

Pietro iniciou a sua carreira no kart, onde disputou diversos campeonatos entre 2004 e 2009. Em 2013 ele fez a sua estreia nos carros de fórmula, na Fórmula Renault Championship – Autumn Cup. Pietro conquistou três títulos disputando a Fórmula Renault 2.0 em 2014, sendo o mais importante deles o título da Protyre Formula Renault Championship, onde conquistou 10 vitórias em 15 corridas disputadas.

Com o desempenho incrível que o brasileiro vinha apresentando nessas categorias mais baixas, em 2015 ele conseguiu uma vaga na Fórmula 3 Europeia, dando um grande passo para o seu sonho de chegar na Fórmula 1.

Para melhorar o seu desenvolvimento como piloto, Pietro já participou de outras categorias como a Super Fórmula e a Fórmula Indy em 2018, e na DTM em 2019. Ele competiu novamente na Fórmula Indy em 2021, quando precisou substituir Grosjean durante três etapas do campeonato.

Chegada na equipe Haas F1

Em 2019, Pietro assinou com a equipe Haas F1 para se tornar oficialmente o seu piloto de testes. Após o grave acidente sofrido pelo francês Romain Grosjean na primeira volta do Grande Prêmio do Bahrein em 2020, Pietro saiu do posto de terceiro piloto para assumir a Haas VF-20 de Grosjean no Grande Prêmio do Sakhir daquele ano, acabando com a ausência de um brasileiro no grid da categoria desde a aposentadoria de Felipe Massa no fim de 2017. Pietro terminaria aquela corrida na frente de seu companheiro de equipe Kevin Magnussen, mas foi chamado aos boxes pela equipe nas últimas voltas para fazer uma troca de pneus extra, o que fez com que o dinamarquês recuperasse a posição e terminasse na frente do brasileiro. Pietro também substituiu Grosjean na última corrida daquela temporada, no Grande Prêmio de Yas Marina.

Chegou a se cogitar a permanência de Pietro para a temporada de 2021 da Fórmula 1, já que os contratos de Grosjean e Magnussen haviam se encerrados, porém Nikita Mazepin e Mick Schumacher foram os escolhidos da equipe, deixando Pietro no cargo de terceiro piloto para as temporadas de 2021 e 2022.

Oportunidade na Fórmula 1 em 2022

No início da temporada de 2022, após a saída de Mazepin da equipe como consequência da guerra entre Rússia e Ucrânia, esperava-se que Pietro finalmente retornaria ao grid da Fórmula 1, desta vez como piloto titular. Mas não foi o que aconteceu, pois a Haas optou por assinar um contrato com o seu antigo piloto Kevin Magnussen, frustrando as expectativas que os brasileiros tinham de ter novamente um piloto na categoria.

Em entrevista dada à AutoSport, Pietro não conseguiu esconder a sua decepção: “[O Guenther] me contou que dois candidatos estavam sendo considerados: eu e outro que eu não sabia quem era. Era o Kevin, e acabou pendendo para o lado dele. Eu respeito a decisão da equipe. Mas, claro, como um piloto de coração, é decepcionante, dói, porque eu sei do potencial que temos e do que sei que posso entregar.” 

Pietro afirmou entender as razões da escolha do time e que isso apenas lhe dará mais motivos para seguir trabalhando: “[Steiner] disse: ‘precisamos de alguém com experiência’, e eu entendi isso, e não muda meu comprometimento com a equipe. A história não termina aqui. Vou continuar trabalhando duro. Eu tive que passar por muitas adversidades na minha carreira, e essa é só mais uma. A única coisa que posso fazer é trabalhar ainda mais duro.” 

Vaga improvável para 2023

O contrato de Mick Schumacher acaba no fim da atual temporada, embora seja mais provável que ambas as partes optem por uma renovação. Caso Mick decida sair da equipe, Pietro ainda teria que disputar a sua vaga com outros jovens talentos que estão chamando a atenção na F2, como o seu compatriota Felipe Drugovich, o francês Théo Pourchaire, e o norte-americano Logan Sargeant.

Já com 26 anos de idade, é difícil acreditar que Pietro consiga assumir uma vaga de piloto titular na F1 em breve, ou mesmo algum dia, mas a sua experiência pode fazer a diferença caso mudanças aconteçam no fim da temporada.