Sargeant abre o jogo sobre sua situação na Williams e futuro na F1

Logan Sargeant realmente precisava das férias de verão para se acalmar e se concentrar em sua tarefa na Williams. Ele ainda não conseguiu marcar pontos no campeonato, mas o americano está fazendo tudo o que pode para mostrar que tem potencial para merecer um lugar na Fórmula 1.

Antes das férias de verão, Sargeant sentia que estava cansado. Seus primeiros seis meses na categoria não tinham sido exatamente tranquilos. O piloto da Williams já tinha visto seu companheiro de equipe Alexander Albon conquistar pontos várias vezes, mas ele próprio ainda continuava zerado no campeonato.

O que talvez o tenha incomodado ainda mais foi o fato de que ele já havia causado muitos danos à equipe, tanto em pistas com as quais ele ainda não estava familiarizado, como também em pistas que o americano já havia visitado antes. Portanto, as férias de verão foram úteis para recarregar suas baterias.

Precisava de uma pausa

Em uma entrevista exclusiva ao GPblog, Sargeant disse que Ibiza foi o seu refúgio durante o período de descanso, embora o piloto de 22 anos não tenha visto isso como uma fuga. "Acho que todo mundo precisa de uma pausa de verão em um determinado momento. Uma pausa de verão é uma boa oportunidade para você se afastar e voltar com uma nova mentalidade. Pessoalmente, sempre sinto que volto melhor depois de uma pausa", começou ele.

"Quando você se desconecta completamente das corridas, isso permite que você absorva inconscientemente tudo o que aprendeu. Quando você volta, está mais fresco. Você pegou tudo o que aprendeu na primeira parte da temporada e está pronto para atacar novamente. Isso é bom para mim porque é algo de que preciso."

Sargeant é realista e sabe que precisa fazer melhor do que o que mostrou até agora. O americano já mostrou lampejos de talento este ano, mas muitas vezes fica aquém durante todo o fim de semana de corrida. Por exemplo, Sargeant fez uma ótima sessão de classificação na Holanda e chegou ao Q3, mas acabou cometendo um erro e batendo logo em seguida. Na corrida, ele também não conseguiu cruzar a linha de chegada.

O que ele pode melhorar?

"Sempre me critico. No entanto, percebo o nível de dificuldade e o desafio que a F1 representa. Você está enfrentando 19 pilotos com mais experiência, que também são pilotos incríveis. Assim, você percebe o quanto o desafio é difícil. Mas, no final das contas, você precisa continuar melhorando e chegar ao nível em que eu preciso estar."

Sargeant precisa focar mais em sua consistência. O americano já demonstrou bom ritmo em algumas oportunidades, mas ele precisa ser capaz de conseguir melhores resultados na classificação e parar de se envolver em incidentes durante a corrida.

"Você precisa entender como tirar tudo de um carro. Quando isso se torna mais natural, a velocidade se torna mais natural. Senti que, às vezes, tive que forçar demais na primeira parte da temporada. Acho que, à medida que me sinto mais confortável e tudo se torna mais natural, isso deve acontecer de forma mais consistente."

Para isso, Sargeant também aponta para as mudanças nas condições desta temporada. Na primeira parte do ano, Sargeant se viu em pistas com as quais ainda não estava familiarizado e, quando chegou às pistas em que ele já havia competido antes, o clima muitas vezes desempenhou um papel importante. Isso não ajudou o processo de aprendizado e lhe atrapalhou a ter um desempenho cada vez mais consistente. Parece, portanto, uma situação semelhante à que Alexander Albon enfrentou em 2020, quando tentava ter o mesmo ritmo de Max Verstappen na Red Bull Racing. Sargeant, portanto, diz que aprenderá muito com seu companheiro de equipe mais experiente.

Apoio da Williams

"Não falamos sobre essa parte em particular. Mas, com certeza, com Alex, conversamos todo fim de semana sobre o que estamos sentindo em relação ao carro, em relação à pilotagem, todo esse tipo de coisa. É tudo muito aberto entre nós."

Com toda a pressão sobre sua posição, parece difícil aproveitar totalmente seu primeiro ano na F1. Do lado de fora, há muita especulação sobre o lugar de Sargeant e se ele ainda será o companheiro de equipe de Albon na próxima temporada. Tudo isso faz com que seja mais difícil aproveitar cada momento no esporte.

"Acho que você aproveita quando está ganhando. Eu tento aproveitar o máximo que posso. Não me entenda mal, eu adoro entrar em um carro de F1 sempre que posso. Mas acho que, às vezes, é uma luta. Você também está muito envolvido em como continuar melhorando. Às vezes, isso te distancia do que você realmente está fazendo."

"Você só se preocupa em melhorar física e mentalmente. Você pode perder de vista a sorte que tem por estar fazendo o que está fazendo. É importante que você sempre veja as coisas dessa forma e as valorize. Ao mesmo tempo, você tem que continuar trabalhando duro para garantir que possa ficar aqui."

A equipe também desempenha um papel importante no processo de adaptação à F1. Enquanto algumas equipes podem ser muito duras com seus pilotos, esse não é o caso da Williams. Nicholas Latifi recebeu ajuda durante anos e, mesmo agora, há muito apoio interno para o piloto ainda jovem. James Vowles quer ver a melhora de Sargeant e deseja que ele atinja certas metas, mas também enfatiza claramente que erros podem ser cometidos.

"James tem sido incrível do ponto de vista de gerenciamento. Ele entende o lado mental do jogo e o lado das emoções humanas do jogo também. Ele realmente teve um impacto positivo na equipe. Sinto que, como equipe, o apoio está sempre presente e você pode sentir isso. Isso é sempre bom."

Quando perguntado se Sargeant estaria feliz no final de 2023, ele foi bastante discreto. "Não sei. Vamos ver. Contanto que eu sinta que fiz o melhor que pude. Preciso melhorar algumas coisas. Se eu sentir que fiz isso e segui na direção certa, tenho que ficar feliz com isso".