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O caminho de Ricciardo até voltar à Red Bull

O caminho de Ricciardo até voltar à Red Bull

23-11-2022 10:55 Última atualização: 11:12

GPblog.com

A Red Bull confirmou que Daniel Ricciardo retornará à equipe para a temporada da Fórmula 1 de 2023. O australiano completa um círculo e retorna à equipe onde ganhou sete corridas e conquistou vários pódios.

Ricciardo não vai estar nas pistas no ano que vem. Ao invés disso, o australiano será o piloto de testes e reserva da Red Bull. Ele ainda estará presente na maioria dos paddocks ao redor do mundo, mas também estará trabalhando no simulador e pilotando durante os dias de teste. Ele também estará trabalhando no lado comercial da marca Red Bull Racing, papel que ele já tem certa experiência.

Os primeiros dias na Fórmula 1

Ricciardo ganhou o título da Fórmula 3 britânica em 2009 e conseguiu um lugar no carro da Red Bull naquela temporada, embora apenas durante um teste designado aos jovens pilotos.

Naqueles poucos dias em Jerez, o 'Honey Badger' superou todos os concorrentes e foi contratado como piloto reserva e de testes da Toro Rosso (e da Red Bull Racing) para a temporada de 2010. Uma tarefa que o australiano assumiria naquele ano ao lado do neozelandês Brendon Hartley, embora este último tenha sido retirado do programa da Red Bull no final da temporada. Um trabalho que mais uma vez soa familiar.

Como o único piloto de testes restante da Toro Rosso, Ricciardo tinha tido todas as oportunidades para provar a si mesmo. Cada vez que ele pegava o volante do carro da equipe italiana, ele conseguia definir um tempo melhor do que o dos pilotos mais experientes da equipe. Esses resultados não ficaram sem recompensa: Ricciardo conseguiu um lugar na HRT na temporada de 2011 da Fórmula 1, embora por apenas algumas corridas.

Ricciardo fez sua estreia no Grande Prêmio da Inglaterra. O australiano registrou o tempo mais lento na classificação e perdeu para seu companheiro de equipe Vitantonio Liuzzi por meio segundo. Enquanto ele ganhou cinco posições durante o Grande Prêmio em Silverstone, Ricciardo foi o último entre os pilotos que chegaram ao fim, pois muitos outros foram prejudicados por problemas de confiabilidade. Na corrida seguinte na Alemanha, Ricciardo se aproximou mais de seu companheiro de equipe durante a classificação após se acostumar com o carro. Ele terminou à frente de Karun Chandhok na corrida. Na corrida seguinte, Ricciardo impressionou ainda mais ao ficar na frente de Liuzzi. Durantes as 10 corridas onde foram parceiros, Ricciardo conseguiu se igualar a Liuzzi nos duelos de classificação, e venceu os duelos de corrida por 6-3.

Subindo nas fileiras

Ganhar essa experiência provou ser crucial, pois ele conquistou o seu lugar no carro da Toro Rosso um ano depois. Depois de ponderar todas as opções, Helmut Marko decidiu escolher o jovem australiano ao lado de Jean-Eric Vergne. Na corrida de abertura dessa temporada, o 'Honey Badger' marcou seus primeiros pontos no campeonato. Com vários pontos conquistados em seu ano de estreia, Ricciardo teve a garantia de mais um ano na Fórmula 1.

No ano seguinte ele teve um pouco de azar, começando no GP da Austrália, pois um problema no carro o fez abandonar a corrida, Mas ele novamente teve uma temporada positiva. Ricciardo marcou pontos em seis ocasiões, terminando em 5º lugar no GP da Inglaterra de 2013. Ficou claro para Marko e Horner que o australiano tinha algo de especial.

Com a saída de Mark Webber da Red Bull Racing no final de 2013, coube a Vergne e Ricciardo mostrar quem era o melhor candidato a ocupar a vaga ao lado de Sebastian Vettel. Ricciardo aproveitou ao máximo a oportunidade e ganhou a vaga, enquanto Vergne decaiu em sua carreira a partir de então.

Em 2014, Ricciardo subiu pela primeira vez no degrau mais alto do pódio. Notavelmente, isso aconteceu no Grande Prêmio do Canadá, onde ele começou em sexto lugar. Ele caiu para o sétimo lugar, mas conseguiu se recuperar. Com apenas cinco voltas faltando, Ricciardo conseguiu ultrapassar Sergio Pérez e Nico Rosberg para conquistar a vitória. Mais tarde na temporada, ele também levou a vitória na Hungria, colocando seu companheiro de equipe (e quatro vezes campeão mundial) Sebastian Vettel em sua sombra. No final da temporada, Vettel se mudou para a Ferrari e Daniil Kvyat, que era piloto júnior da Red Bull, se tornou seu companheiro de equipe.

Desafio contra Verstappen

Depois de apenas quatro corridas em 2016, foram feitas mudanças: Daniil Kvyat foi substituído pelo piloto da Toro Rosso, Max Verstappen, e o holandês ocuparia seu lugar no RB12 já em Barcelona. Uma corrida que o então jovem talento de 18 anos acabou vencendo, ligando o sinal de alerta para Daniel Ricciardo. Sebastian Vettel foi facilmente derrotado, assim como Kvyat - mas Verstappen mostrou logo em sua primeira temporada que seria um adversário difícil para o australiano. A diferença foi de apenas 52 pontos no final da temporada, apesar de Verstappen ter feito quatro corridas para a Toro Rosso.

Em 2017, Ricciardo e Verstappen foram bem iguais, embora o RB13 não fosse nada confiável. Na primeira metade da temporada, foi Verstappen quem sofreu com diversos abandonos; mas após as férias de verão, o azar foi para o lado de Ricciardo. Apesar de todos os problemas, Ricciardo ainda conseguiu vencer em Baku e terminou no pódio um total de oito vezes.

A motivação então caiu nas próximas temporadas. A confiabilidade da Red Bull com o motor da Renault se deteriorou. Combinado com o incidente de Ricciardo com Verstappen em Baku, Ricciardo sentiu que precisava de um novo começo para a temporada de 2019.

Não acabou sendo um golpe de mestre. A Renault ainda começou razoavelmente bem como "a melhor do resto", mas logo as promessas que haviam atraído Ricciardo acabaram não sendo verdadeiras. Mesmo a equipe cliente, a McLaren, estava melhor e Ricciardo parece ter escolhido a opção errada.

Depois do quinto lugar no campeonato de construtores em 2019, 2020 não parece ter começado muito melhor para o australiano. O seu companheiro de equipe, Nico Hulkenberg, foi substituído por Esteban Ocon e Ricciardo teve mais trabalho. Porém, na segunda metade da temporada ele conseguiu melhores resultados e subiu ao pódio duas vezes. Isso demonstrou que o australiano ainda tinha qualidade.

Ele terminou em um belo quinto lugar na batalha pelo título mundial. No entanto, a decisão de correr pela McLaren em 2021 já havia sido tomada, e Ricciardo se juntou ao jovem Lando Norris na equipe britânica. A McLaren também mudou para os motores da Mercedes. Mas apesar dos enormes esforços de ambas as partes, as coisas simplesmente não deram certo entre o piloto e a equipe. Ele até conquistou uma vitória, mas no geral ele não conseguiu se adaptar ao carro e era constantemente derrotado por Norris. No final, a McLaren decidiu rescindir o contrato de Ricciardo, dando a ele a chance de voltar para a Red Bull.