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Análise: Sentiremos falta do cômico Steiner, mas sua saída era inevitável

Análise: Sentiremos falta do cômico Steiner, mas sua saída era inevitável

10 janeiro - 18:10

Ludo van Denderen

Para os telespectadores de Drive to Survive, o início de 2025 vai demorar um pouco para eles se acostumarem. A popular série da Netflix não vai poder mais contar com uma de suas maiores estrelas: Guenther Steiner. O italiano foi demitido pela Haas na noite - tarde no Brasil - desta quarta-feira (10) após dez anos como cofundador e dirigindo a equipe. Embora o momento da demissão de Steiner seja surpreendente, apenas dois meses antes do início da temporada, a saída certamente não é.

O departamento de comunicações da Haas digitou uma página inteira, e apenas duas frases do comunicado à imprensa foram dedicadas a Steiner. Nas duas frases dedicadas ao extravagante chefe, o que se destacou foi principalmente o tom: frio e incisivo. Gene Haas falou sobre o homem com quem trabalhou intimamente por dez anos: "Gostaria de começar estendendo meus agradecimentos a Guenther Steiner por todo o seu trabalho árduo na última década e desejo a ele o melhor para o futuro", a citação terminou repentinamente.

Haas e Steiner em rota de colisão

A relação entre Steiner e o proprietário Gene Haas já apresentava problemas há algum tempo, e isso não é segredo para ninguém. O principal ponto de discórdia era que Steiner continuava pedindo - inclusive através da imprensa - mais dinheiro ao chefão para melhorar a qualidade das instalações. Gene Haas, por sua vez, queria principalmente que Steiner usasse melhor os recursos à sua disposição.

Há disputas internas em qualquer empresa ou organização, portanto, o fato de você não estar sempre em concordância não deveria resultar diretamente em demissão. Para a desvantagem de Steiner, nenhum desenvolvimento positivo foi visível no desempenho da equipe. Em 2023, a Haas claramente deu mais um passo para trás, resultando em um último lugar entre os construtores. Como acontece nos esportes de ponta, a pessoa responsável em última instância, nesse caso, Steiner, é a pessoa que leva toda a culpa - embora o diretor técnico Simone Resta também tenha sido demitido no início do dia.

Liberdade ou alegria na Haas?

Desde a entrada da Drive to Survive no paddock da F1, a imagem da Haas mudou radicalmente. A questão é se essa é a imagem que Gene Haas deseja. Quem assiste à série da Netflix tem a impressão de que a equipe é uma grande bagunça, com um chefe de equipe que está sempre xingando e fazendo loucuras. Para o espectador, é difícil dizer que a Haas é uma empresa multimilionária em um dos maiores esportes do mundo. Observando Steiner na série, surge a ideia de que ele representa liberdade e felicidade.

Os especialistas e os seguidores regulares da categoria sabem disso e, é claro, está sendo feito um trabalho árduo dentro da Haas para que os dias sejam melhores. No entanto, nos últimos anos, Steiner não conseguiu mostrar que é o homem certo para colocar a equipe nos trilhos. Mudanças regulares de pessoal ocorreram no topo ao longo dos anos, mas eles continuaram a se atrapalhar. Portanto, o homem que lidera e gerencia essas pessoas precisa ser examinado em algum momento. Esse momento chegou.

Além disso, a Haas não quer entrar para a história como a próxima Pacific F1, Theodore, Spirit ou Tecno. Quem? Isso mesmo, desconhecidas. Portanto, em suma, algo tinha que acontecer para dar à equipe americana um futuro na Fórmula 1 novamente. Porque isso estava claro: com Steiner no comando, a reviravolta esportiva não se concretizaria, e a imagem da equipe continuaria duvidosa. Embora as piadas e as palhaçadas de Steiner também farão falta...