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O truque da Red Bull lembra a ação de Schumacher e da Ferrari

Schumacher e Ferrari também usaram brecha nas regras para vencer em 1998

25 de setembro de 2023 no 10:00
Última atualização 25 de setembro de 2023 no 10:25
  • Vicente Soella

Durante e após o Grande Prêmio do Japão, muito se falou sobre a decisão da Red Bull Racing, que mandou o piloto Sergio Pérez de volta à pista para cumprir uma punição que ele havia tomado após o incidente com Magnussen. Ao fazer isso, a equipe evitou que a penalidade fosse convertida em perdas de posições no grid do GP do Catar. Apesar de muitos não concordarem com a atitude da equipe austríaca, devemos admitir que a Red Bull explorou de forma inteligente uma brecha existente no regulamento. Porém, já aconteceu uma história muito mais polêmica no passado envolvendo Michael Schumacher e a Ferrari.

Schumacher estava na liderança do Grande Prêmio da Inglaterra de 1998 quando recebeu uma punição pesada. No início da corrida, o piloto da Ferrari havia ultrapassado um piloto retardatário. Bem, não há nenhum problema nisso. No entanto, o alemão fez isso durante o safety car, quando a ultrapassagem não é permitida.

A Ferrari ainda venceu a corrida

Mais de meia hora após o incidente, os comissários de prova aplicaram uma punição de 10 segundos ao piloto. O que não ficou claro, no entanto, foi se era uma penalidade de tempo ou um stop-and-go, que custa ao piloto cerca de 30 segundos. Faltando apenas algumas voltas para o final, uma decisão precisava ser tomada rapidamente.

Nesse momento, o diretor técnico Ross Brown interveio de forma inteligente. Ele aplicou a penalidade na última volta da corrida, permitindo que Schumacher cruzasse a linha de chegada enquanto entrava nos boxes. Isso o colocou mais de 22 segundos à frente de Mika Hakkinen, que, de outra forma, teria vencido a corrida.

A McLaren protestou e achou que Schumacher ainda deveria ser penalizado, enquanto a Ferrari apontou os erros cometidos no procedimento da FIA. Por exemplo, as regras determinavam que uma penalidade deveria ser aplicada no máximo 25 minutos após um incidente. Nesse caso, foram necessários 31 minutos.

Confusão sobre o procedimento da FIA

Após a corrida, ficou claro que a penalidade dada era uma punição de 10 segundos e, portanto, não um stop-and-go. Como resultado, Schumacher teria vencido a corrida mesmo cumprindo a punição. Para complicar a situação, no entanto, havia o fato de que uma penalidade de tempo só poderia ser aplicada para incidentes ocorridos nas últimas 12 voltas da corrida.

A McLaren não aceitou o resultado e recorreu ao Tribunal Internacional. Durante o julgamento, ficou claro que os comissários de prova cometeram vários erros: ao aplicar a penalidade após o limite de tempo de 25 minutos e porque o incidente não ocorreu nas últimas 12 voltas. Como resultado do processo judicial, a licença dos comissários em questão foi revogada. Além disso, a FIA estabeleceu novas diretrizes: uma delas era que, a partir de então, a penalidade deveria ser aplicada com pelo menos três voltas restantes.