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Nelsinho Piquet dá a sua versão sobre o GP de Singapura de 2008

Nelsinho Piquet dá a sua versão sobre o GP de Singapura de 2008

12-04-2023 15:53

Vicente Soella

Após Felipe Massa ter ‘colocado fogo’ no mundo da Fórmula 1 ao detalhar seus planos para tentar reivindicar o título mundial de 2008, na qual ele foi vice-campeão pela Ferrari, Nelsinho Piquet decidiu comentar sobre o ocorrido. Falando para o Pelas Pistas Podcast, do qual ele é um dos apresentadores, o ex-piloto de Fórmula 1 abriu o jogo sobre o que aconteceu naquela corrida.

Nelsinho Piquet chegou na Fórmula 1 em 2007, quando com apenas 21 anos ele se tornou piloto de testes da Renault, que naquela época contava com Heikki Kovalainen e Giancarlo Fisichella. Um ano antes, Piquet havia sido vice-campeão da GP2 (atual Fórmula 2), perdendo o título para Lewis Hamilton no fim do campeonato.

Pouco tempo de treino

Como piloto reserva da Renault, Piquet disse que não teve muito tempo para se acostumar com o carro e ganhar ritmo de corrida. Naquele ano, de acordo com ele, as equipes tiveram poucos dias de treino antes do início da temporada.

“Dos 8 ou 10 dias (de treino), Kovalainen queria fazer todos, porque ele era o piloto novo, e o piloto mais velho, que era o Fisichella, queria fazer todos porque queria mostrar serviço. Sobraram três dias para mim, entendeu? Então, em 2007, fiquei 'fazendo nada'. Não tinha simuladores naquela época, então, você não podia ficar aprendendo aquele volante com '200 botões' e aprendendo as pistas, porque não tinha nada disso. Não tinha simulador. Praticamente não andei", disse ele.

Alonso como companheiro de equipe

No ano seguinte, Piquet ganhou uma das vagas na equipe, se tornando companheiro de Fernando Alonso. “Para tornar a minha situação mais difícil um pouquinho, o Alonso teve o atrito dele na McLaren em 2007 com o Hamilton e aí, em 2008, quando eu virei piloto titular na equipe, eles trocaram: ia ser eu e o Kovalainen, mas botaram o Kovalainen no lugar do Alonso na McLaren e o Alonso veio correr comigo.”

“Ele queria ganhar mais do que tudo, [...] porque teve a confusão com Hamilton, então, ele voltou querendo vencer de qualquer maneira. E eu era o piloto novato que não tinha treinado. Eu sabia que ia ser difícil, mas não sabia o que eu ia enfrentar. E foi realmente muito difícil, porque peguei muitas pistas que eu não conhecia”, continuou Piquet.

“Era muito difícil para mim”

Nelsinho Piquet disse que, naquela época, ele não tinha ninguém próximo que lhe acompanhava durante as corridas ou que pudesse estar perto para lhe dar conselhos (como acontece com Jos Verstappen que normalmente acompanha seu filho durante a temporada). O pai de Nelsinho, o tricampeão mundial Nelson Piquet, não o acompanhava, então as únicas pessoas que ele tinha ao seu lado eram seu empresário e Flavio Briatore que, de acordo com o brasileiro, tinha um ‘jeito grotesco’ e que o pressionava bastante.

“A pressão do Flavio era muito grande para cima de mim. Até que chegou naquele final de semana (Singapura) e, resumindo a história, me colocaram psicologicamente contra a parede e eu não tive outra escolha”, disse ele.

Hoje em dia, quando as pessoas o questionam se ele faria de novo, a resposta é clara: “Não, óbvio que não. Mas voltar naquela idade, naquela pressão. Você não tem ninguém ali com você, e eu sofria um bullying muito grande. Ele (Briatore) sempre estava reclamando, sempre botando pressão, sempre avisando: ‘É a sua última chance'”.

Apoia Felipe Massa

Piquet conclui dizendo que apoia a decisão de Felipe Massa de tentar reivindicar o título daquela temporada. “Acho que o Felipe e a equipe dele têm que fazer o que é melhor”.