A Mercedes poderia impedir um possível acordo entre a Aston Martin e a Honda?

Com muitos rumores circulando no paddock sobre uma possível reentrada da Honda como fabricante de motores em 2026, muitos viram a Aston Martin como uma candidata em potencial para ser a parceira da marca japonesa. No entanto, a equipe britânica tem muitas conexões, tanto na F1 quanto comercialmente. Será que isso pode afetar qualquer parceria em potencial entre as duas empresas?

O que aconteceu?

Anunciada em outubro de 2020 e concluindo sua saída da F1 em dezembro de 2021, a relação da Honda com o esporte tem sido melhor descrita como uma situação de 'vai e volta'. Conquistando o Campeonato Mundial de Pilotos em 2021 e os títulos de Construtores e Pilotos em 2022, bem como mudanças em sua gestão no Japão, a Honda está agora lentamente voltando atrás em sua decisão de ter saído da categoria principal do automobilismo.

Com isso, começaram a surgir rumores de que a Honda estaria muito mais interessada em se juntar a uma equipe de alto desempenho, o que levou muitos a acreditar que a marca japonesa estaria interessada em fazer uma parceria com a Aston Martin, que atualmente está desfrutando de uma temporada muito boa. Com mais pessoal, instalações (como uma nova sede e um túnel de vento) e financiamento, a Aston Martin pode gradualmente emergir como uma aposta segura para entrar no "top 3" convencional com o qual nos acostumamos na era turbo-híbrida da F1.

Vantagens

A Honda não tem condições de voltar a fazer parte da família Red Bull. Embora os carros da Red Bull e da AlphaTauri sejam equipados com motores projetados pela Honda, os mesmos são identificados pelo nome Red Bull Powertrains. Com os regulamentos de 2026, os motores da Red Bull receberão o emblema da Ford, com a empresa automotiva americana entrando como parte de um acordo comercial. Dessa forma, esse caminho parece estar praticamente fechado para a Honda.

Embora a Aston Martin esteja participando de um processo enérgico de aumento de escala, um programa de motor completo pode estar um pouco além de suas ambições ilimitadas. Sendo assim, a equipe de Silverstone provavelmente ainda procurará uma fornecedora de motores. Também há vantagens óbvias em se ter uma fabricante de motores exclusiva, pois o projeto do design da parte de trás do carro pode ser melhor adaptado à arquitetura do motor e vice-versa. Assim, se suas ambições de título se tornarem reais, a perspectiva de se afastar da Mercedes pode parecer mais atraente.

Oportunidade

A Aston Martin e a Mercedes compartilham um relacionamento próximo, com a empresa britânica obtendo acesso a uma variedade de tecnologias da gigante alemã em troca de ações de até 20% do valor da Aston Martin Lagonda. As duas marcas também compartilham uma conexão por meio do esporte, com o motor da Aston Martin e outros componentes sendo fornecidos pela Mercedes. Embora compartilhar um acordo dentro e fora da F1 seja melhor para a unidade da marca, o acordo comercial não será prejudicado por uma mudança na escolha da Aston Martin sobre o fornecimento de seus motores. A parceria tecnológica provavelmente permanecerá para os carros de rua, enquanto a fabricante britânica terá maior liberdade para explorar opções competitivas, a fim de manter uma excelente ética esportiva entre rivais de corrida.

Se a Aston Martin quiser ter sucesso e dominar o esporte, precisará buscar uma fornecedora de motores que não tenha outro cliente disputando ou até mesmo desenvolver os seus próprios motores. O retorno da fabricante japonesa pode ser uma oportunidade de ouro para a equipe britânica se estabelecer no esporte e se aventurar rumo ao topo.