Mulher que acusou Horner está "com raiva, assustada e intimidada"
- Marcos Gil
A saga que envolveu Christian Horner e uma funcionária da Red Bull Racing já está em silêncio há algum tempo. No entanto, o assunto com o chefe da equipe, que foi acusado de comportamento inadequado, certamente não está completamente resolvido. A mulher em questão apelou à Red Bull GmbH contra a decisão de inocentar Horner. Uma reclamação também foi apresentada à Comissão de Ética da FIA. E a própria mulher? Ela ainda está em silêncio.
Há uma explicação para isso. Todas as partes - incluindo a mulher e também Horner - tiveram que assinar um acordo de confidencialidade. Não se sabe se isso foi feito sob coação. A mulher só tem permissão para discutir o assunto com seu pai e seu irmão, segundo a BBC, por meio de um amigo próximo da mulher em questão.
"É impossível para as pessoas entenderem como é para ela", disse o amigo, que falou à BBC Sport sob condição de anonimato. "Ela não pode e não quer falar. Mas eu posso dizer a você o que isso está fazendo com ela. Toda vez que lhe pergunto algo, ela começa a chorar e diz que não tem ninguém com quem conversar porque não pode falar. Ela está muito chateada, com muita raiva, muito assustada, muito intimidada, muito solitária. E acho que é impossível para as pessoas entenderem, sem estar no lugar dela, como é para ela".
Dúvidas sobre a investigação "independente" de Horner
Um dia depois que a queixa da mulher foi rejeitada por um advogado "independente", pago pela Red Bull GmbH, supostas mensagens de WhatsApp, presumivelmente de Horner e da mulher, vazaram para a mídia e para outros membros importantes do paddock. A Red Bull e Horner nunca disseram se as mensagens eram genuínas.
O amigo da mulher se pergunta em voz alta por que Horner não admite que as mensagens são verdadeiras? "Sinto que algumas pessoas acham que são necessários dois para dançar o tango, mas isso é injusto. Isso é tentar desviar o assunto. A questão aqui é: 'Christian deveria ter feito o que fez como CEO?'".
De acordo com o amigo, a mulher está se esforçando para entender como é possível chegar a uma conclusão independente. O fato de ela não ter permissão para falar com ninguém sobre o caso só dificulta ainda mais as coisas. "Você tem uma única mulher que seguiu o processo correto e sente que não foi ouvida e que foi um processo totalmente injusto. É preciso ser uma mulher muito corajosa para fazer o que ela fez. E, infelizmente, é um estado de coisas muito ruim".
Horner não vai se demitir
A reclamante recorreu da decisão da Red Bull e informou a FIA, órgão dirigente da F1, sobre a situação e pediu que ela investigasse. Ela ainda pode recorrer a um tribunal trabalhista para tentar recuperar seu emprego. A audiência desse caso é pública. "Como amigo, posso dizer a você que presumo que Horner, como fez em todas as etapas do processo, fará tudo o que puder para garantir que o tribunal do trabalho não seja público".