Fry critica falta de ambição na Alpine: "Não querem ser campeões"

Pat Fry começou seu novo trabalho na Williams. O experiente diretor técnico deixou a Alpine no início deste ano. Lá, eles falam muito sobre as aspirações ao título, mas, de acordo com Fry, não há uma ambição interna real de chegar ao topo.

Aos 59 anos, Fry já é um veterano na F1. O britânico começou sua carreira em 1987 na Benetton, antes de trabalhar na McLaren, Ferrari, Manor, McLaren novamente e Alpine. Em 1º de novembro deste ano, Fry começou seu trabalho como diretor técnico da Williams. Juntamente com James Vowles, a Williams precisa voltar ao topo.

Alpine não será campeã mundial

Fry fez sua primeira aparição para a mídia em Abu Dhabi depois de deixar a Alpine. Ele foi questionado sobre o motivo de sua saída. "Olho para trás, para os três primeiros anos em que estive lá e vejo que melhoramos Enstone dramaticamente. Ano após ano, construímos um carro melhor. Se você colocar os três carros um ao lado do outro, cada um foi um grande passo. Isso é um mérito de todos lá. Acho que todos lá devem se orgulhar do que conseguimos nesses três anos", disse Fry em uma conversa com o GPblog e outros.

Embora Fry estivesse feliz com os resultados alcançados, ficou cada vez mais claro internamente que o quarto lugar entre os construtores talvez fosse o máximo que poderia ser alcançado. "Eu não sentia o entusiasmo ou a vontade de ir além do quarto lugar. Decidi, no início de março, que queria levar as coisas adiante. Não quero ficar sentado e não poder fazer nada, então, para mim, era hora de parar e seguir em frente. É uma dessas coisas. Como empresa, eles não estavam preparados para fazer um esforço suficiente. Você pode dizer que quer ser o primeiro, mas a diferença entre dizer isso e conseguir é monumental".

A esse respeito, Fry é muito instruído na mentalidade de Ron Dennis. Por exemplo, ele revelou que o ex-chefe de equipe da McLaren sempre disse que o segundo lugar era para os primeiros perdedores. Mesmo na Ferrari, eles sempre tinham que vencer. Uma mentalidade que Fry claramente perdeu na Alpine.

Nenhuma chance justa para Szafnauer

Quando Fry decidiu mudar para a Williams, ficou claro no mesmo fim de semana que a Alpine estava se despedindo de mais pessoas. Otmar Szafnauer, que apenas algumas semanas antes, no podcast Beyond the Grid, havia expressado seu desejo de chegar ao topo com a Alpine, também teve de abandonar o barco, assim como o diretor esportivo Alan Permane. Szafnauer, que estava em Abu Dhabi com a Alfa Romeo e ainda não tinha um chefe de equipe, nunca teve uma chance justa na Alpine, de acordo com Fry.

"Acho que fizemos um bom trabalho com o que podíamos controlar em Enstone. Não tenho certeza de que Otmar teve uma chance justa de consertar o local porque, até certo ponto, metaforicamente, suas mãos estavam atadas. Como eu disse, acho que todos lá devem se orgulhar do que conquistamos nesses três primeiros anos. É sempre uma pena abandonar as coisas, mas acho que as levei o mais longe que pude", acrescentou.