A temporada da Fórmula 1 está na metade do caminho e muitas equipes já estão olhando para o próximo ano. Parece que a FIA está pressionando por mudanças nas regras para próxima temporada com o objetivo de combater o porpoising. Muitas equipes acreditam que isso é desnecessário, incluindo a Ferrari e a Red Bull, que foram as que menos sofreram com os quiques dos carros. Por outro lado, as equipes já estão ocupadas desenvolvendo o carro para 2023.

Normalmente, os carros da próxima temporada só vão para o túnel de vento em meados de abril, mas este ano isso aconteceu mais tarde por causa dos novos regulamentos que exigem que as equipes aprendam primeiro o básico dos novos carros de 2022 e depois entendam qual deve ser o foco da próxima temporada. A FIA decidiu intervir após Baku, não apenas com regulamentos para a temporada atual, mas também com propostas para os regulamentos do próximo ano. Uma escolha que tem irritado muitas equipes.

Problema devido às férias de verão

Além disso, a FIA está demorando a tomar as decisões que terão grande influência no ano de 2023. Isto é um problema para muitas equipes porque as fábricas têm que fechar por alguns dias durante as férias de verão e, portanto, têm que parar de trabalhar. Em resumo, as equipes já estão desenvolvendo os carros para a próxima temporada, sem saber ao certo se as mudanças propostas pela FIA serão implementadas ou não. Se as mudanças forem aprovadas, isso forçaria as equipes a modificar quase que completamente as características dos carros.

Christian Horner é claro sobre o assunto em conversa ao Formu1a.uno: "Eu não vejo razão para intervir novamente, exceto para satisfazer as necessidades de alguém". A Red Bull Racing é alegadamente a equipe que mais pressiona para garantir que as propostas da FIA não sejam adotadas na íntegra, já que é a equipe que menos sofreu com o porpoising.

Limite orçamentário

Além de suspeitar que as mudanças beneficiariam a Mercedes, que mais sofreu com o porposing, o teto orçamentário volta a subir. "Muitas equipes estão trabalhando para levar o maior número possível de peças de 2022 a 2023. Tal mudança para eles significaria que mais da metade do carro teria que ser completamente reconstruído, uma despesa que alguns talvez nem sequer possam pagar", disse o chefe da equipe Red Bull Racing. Este é o caso da Alfa Romeo. "Nossa intenção é trazer muitas das partes de 2022 para o projeto do próximo ano. Se tivéssemos que reconstruir a maioria deles, isso significaria usar quase todo o orçamento de desenvolvimento de 2023 para reconstruir esses novos elementos", disse o diretor técnico da Alfa Romeo, Jan Monchaux, explicando que isso é verdade não só para eles, mas também para muitas outras equipes.

Compromisso

As mudanças propostas com vistas a 2023 incluem o aumento do piso em 25mm. "Durante a última reunião nós propusemos um compromisso: 10 mm de altura comparado aos 25 mm propostos pela FIA", revelou Mattia Binotto. Um compromisso que a Ferrari e outras equipes trabalhariam, como também admitiu Christian Horner: "No final eu acho que nós faremos uma escolha de fazer um compromisso, como quase sempre acontece em situações como esta".

O Conselho Mundial do Automobilismo irá discutir o assunto na terça-feira e também poderá haver uma votação oficial. No caso de um resultado negativo, ou seja, sem um acordo entre as equipes, a FIA pode agir de acordo com o seu próprio critério.