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Conheça os requisitos da superlicença para competir na Fórmula 1

Conheça os requisitos da superlicença para competir na Fórmula 1

27-09-2022 11:22 Última atualização: 11:54

Vicente Soella

Após o recente caso envolvendo Colton Herta e a AlphaTauri, a superlicença voltou a ser um assunto muito discutido dentro da Fórmula 1. Muitos concordam com a medida que atualmente é adotada pela FIA, enquanto que outros já não veem mais tanta utilizada nela.

Qualquer piloto que queira uma vaga na Fórmula 1 não vai precisar somente ser rápido ou ter um patrocinador que lhe ajude com muito dinheiro, mas também vai precisar provar para a FIA que tem os requisitos básicos necessários. E como os pilotos fazem isso? Apresentando a sua superlicença. Mas, o que é a superlicença? É a licença mais alta disponível e é concedida pela FIA.

A Federação criou o sistema da superlicença em 2015, logo após a chegada de Max Verstappen na categoria principal do automobilismo. O principal objetivo da FIA era evitar duas situações: primeiro, evitar que pilotos jovens demais chegassem muito cedo na F1; segundo, evitar que “pilotos pagantes” conseguissem uma vaga.

Requisitos para a superlicença

Por isso, para conseguirem a superlicença os pilotos precisam cumprir alguns requisitos, que são:

. Ter pelo menos 18 anos de idade ao entrar em sua primeira corrida de Fórmula 1;

. Já possuir uma licença de competição Internacional de Grau A;

. Ter uma carteira de motorista válida;

. Passar em um teste teórico da FIA sobre os códigos e regulamentos esportivos da F1;

. Ter completado pelo menos 80% de duas temporadas completas em um campeonato de monopostos;

. Ter coletado pelo menos 40 pontos em três anos em uma das categorias reconhecidas pela FIA;

. Ter completado 300km em um carro representativo de F1 em no máximo dois dias, seja como parte de uma sessão oficial da F1 ou em um teste aprovado por uma federação nacional de automobilismo.

Como são distribuídos os pontos?

Para alcançar esses requisitos, como por exemplo 40 pontos em três anos ou 80% de duas temporadas completas, há muitas maneiras pelas quais os pilotos podem conquistar pontos. O sistema de pontuação desenvolvido pela FIA leva em consideração a posição final do piloto no campeonato, como também em qual categoria ele competiu. A Fórmula 2 é a categoria que mais distribui pontos para os pilotos que almejam chegar até a Fórmula 1. Abaixo há um quadro publicado em nosso perfil no Instagram mostrando como é feita a distribuição dos pontos em cada categoria.

 
 
 
 
 
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Por que uma superlicença é necessária?

O objetivo da superlicença é impedir que pilotos que não tenham habilidades suficientes participem da categoria, o que poderia prejudicar a segurança que é tão prezada na Fórmula 1. Porém, isso não quer dizer que acidentes não acontecerão. Por isso, os pilotos podem acumular pontos de penalidade se causarem acidentes ou pilotarem de maneira perigosa, por exemplo. Cada ponto de penalidade tem uma duração de 12 meses. Caso o piloto acumule mais de 12 pontos de penalidade dentro de um período de 12 meses, ele será banido por uma corrida, enquanto que aqueles que receberem 5 ou mais advertências dentro de uma temporada serão punidos com 10 posições no grid.

Quais pilotos da F2 possuem uma superlicença?

Falando dos pilotos da principal categoria de acesso à Fórmula 1, quais deles possuem a quantidade de pontos e todos os requisitos necessários para ocuparem um assento na categoria principal, caso encontrem um disponível? Lembrando que os três primeiros colocados da F2 ao fim da temporada acumulam 40 pontos em suas respectivas superlicenças, permitindo que os mesmos já estejam aptos para subir de categoria. Entre eles o atual campeão Felipe Drugovich, que já fechou com a Aston Martin para se tornar piloto de testes e de desenvolvimento da equipe em 2023. Théo Pourchaire e Logan Sargeant, que vem sendo cogitado para ocupar a vaga deixada por Latifi na Williams, também estão aptos para pilotarem na Fórmula 1. Sargeant, porém, ainda precisa terminar o campeonato entre os 5 primeiros para garantir a sua superlicença, mas com apenas a corrida em Abu Dhabi restando na temporada, é provável que ele consiga. Jack Doohan é outro piloto júnior que teve seu nome citado recentemente na Fórmula 1, mas mesmo garantindo os pontos necessários com a sua posição atual no campeonato da F2, não parece que o piloto da Academia da Alpine vá conseguir um assento na categoria principal no próximo ano.

Algum piloto já conseguiu entrar na F1 sem uma superlicença?

Até hoje não foi concedida uma exceção para nenhum piloto para que o mesmo pudesse correr na F1 sem ter uma superlicença. Recentemente, a Red Bull insistiu muito com a FIA para que o piloto da Fórmula Indy, Colton Herta, pudesse correr pela AlphaTauri em 2023, mas com somente 32 pontos somados em sua superlicença, a Federação rejeitou o pedido.