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Por que a Haas deve dizer adeus à Schumacher depois desta temporada?

Por que a Haas deve dizer adeus à Schumacher depois desta temporada?

16-08-2022 14:08 Última atualização: 14:35

GPblog.com

Ainda há algumas vagas disponíveis para a temporada de 2023, incluindo o assento na Haas de Mick Schumacher. Mas será que o alemão merece permanecer por mais um ano?

Há algum tempo há rumores de que Schumacher deve temer por seu lugar na Haas. Dizem que o alemão está sob muita pressão dentro da equipe. O chefe da equipe, Guenther Steiner, não tem pressa de começar a conversar com seu piloto sobre uma extensão de contrato, e isso talvez diga tudo. Após as férias de verão, Schumacher pode esperar as primeiras negociações.

Em 2021, Schumacher fez seu ano de estréia na F1, mas o jovem piloto não pôde realmente competir de verdade contra o restante do grid. O carro da Haas era tão ruim que tanto Schumacher quanto seu então companheiro, Nikita Mazepin, terminaram a temporada com nenhum ponto. Neste ano, Schumacher está tendo outra chance de se provar na Haas, mas desta vez ao lado do novo contratado, Kevin Magnussen, que fez um surpreendente retorno após a saída de Mazepin. O russo não conseguiu acompanhar o desempenho de Schumacher em 2021, mas com Magnussen na equipe a história agora é diferente.

Schumacher não ameaça Magnussen

Depois de um ano fora do esporte, todds pensariam que Magnussen precisaria de algum tempo para se acostumar com a categoria novamente, mas foi Schumacher quem teve um mau começo de temporada. Magnussen abriu a temporada com um quinto lugar no Bahrein, enquanto Schumacher terminou fora da zona de pontuação em décimo primeiro lugar. O carro da Haas parecia surpreendentemente rápido depois de uma temporada decepcionante em 2021, e Magnussen foi capaz de tirar vantagem disso nas primeiras corridas.

Na classificação, a diferença entre Magnussen e Schumacher é muito clara. O dinamarquês vence o duelo de classificação com onze sessões a seu favor, enquanto Schumacher só terminou à frente de seu companheiro de equipe duas vezes. Além disso, Magnussen chegou ao Q3 sete vezes, enquanto que Schumacher só conseguiu em três ocasiões. No campeonato de pilotos, Magnussen está atualmente em décimo primeiro lugar, com 22 pontos. Schumacher é o décimo quinto com 12 pontos. Com o retorno de Magnussen, a Haas encontrou, em minha opinião, um líder forte, apesar de o dinamarquês ser um piloto bastante agressivo que às vezes se envolve em incidentes com outros pilotos. Ainda assim, a Haas pode contar com ele para marcar pontos regularmente.

Schumacher mostrou uma melhora temporária

Depois do Grande Prêmio do Canadá, Schumacher de repente impressionou com o seu melhor resultado de classificação (sexto lugar) e duas corridas seguidas onde ele terminou na zona de pontuação. Ainda assim, ele teve que contar principalmente com erros e abandonos de outros para conquistar pontos, como o forte acidente de Zhou Guanyu, George Russell e Alexander Albon em Silverstone, por exemplo. Parecia que o alemão tinha se encontrado, mas as coisas pioraram novamente com um décimo quinto e um décimo quarto lugar nas duas últimas corridas antes das férias de verão.

Schumacher também custou à Haas um pouco demais nesta temporada. Com seus pesados acidentes na Arábia Saudita e Mônaco, a Haas teve que gastar muito dinheiro substituindo peças, um prejuízo em seu já baixo orçamento. É claro que a Haas ainda não é o melhor carro do grid, e Magnussen às vezes também sofre para obter melhores resultados. Mesmo assim, Schumacher não será capaz de usar o argumento de ter um carro ruim para justificar seu desempenho medíocre.

Schumacher é convincente o suficiente?

Olhando para os resultados de Schumacher na Fórmula 2 e na Fórmula 3, é notável que o alemão só teve um bom desempenho em sua segunda temporada. Na F3, Schumacher terminou em 12º lugar em seu primeiro ano e só conseguiu conquistar o campeonato em sua segunda temporada. Ele repetiu exatamente os mesmos resultados em suas duas temporadas na F2. Schumacher não foi, portanto, um talento imediatamente convincente.

Comparado com outros pilotos mais jovens que querem dar o passo para a F1, suas performances são, na minha opinião, apenas um pouco melhores. Veja, por exemplo, Oscar Piastri, o piloto atualmente envolvido no caos entre a Alpine e a McLaren. O australiano ganhou sua temporada de estreia tanto na F2 quanto na F3 de forma convincente, e ele é procurado por várias equipes da F1. O mesmo vale para George Russell e Charles Leclerc, que foram vistos como grandes talentos antes de darem o passo para a F1 com suas fortes vitórias na F2 e na F3. As vitórias de Schumacher nas categorias de base é certamente uma coisa boa, mas quando olhamos para os melhores talentos da F1, os pilotos que foram convincentes desde o início acabaram em uma equipe de ponta.

Após seu ano de estreia na F1, ficou claro que Schumacher ainda tinha que continuar tentando, mas mesmo em seu segundo ano na categoria ele está tendo um desempenho abaixo do esperado. Ele teve muitos fins de semana ruins com alguns altos no meio, mas na verdade, a maioria foram pontos baixos. Schumacher ocasionalmente mostra como ele pode ser bom, mas isso não é suficiente na categoria principal do automobilismo. Se a Haas quiser progredir ainda mais, a equipe precisará de um piloto que possa ter um bom desempenho de forma consistente. Schumacher pode ser capaz de continuar sua breve melhora na primeira metade da temporada após as férias de verão, mas de outra forma eu não acho que seria sábio para a Haas estender seu contrato para além de 2022. É bom ver o icônico nome Schumacher de volta na F1, mas não será suficiente para manter seu assento em um esporte com poucos assentos e muitos pilotos jovens talentosos.